quinta-feira, 9 de junho de 2011

MARCHA DAS VADIAS ACONTECE NO DF NO PRÓXIMO DIA 18

Elas são jovens, bonitas e engajadas. Lutam para que a mulher possa se vestir, andar e agir de forma livre. Contra qualquer forma de discriminação e estereótipo, um grupo de meninas do Distrito Federal organiza para o próximo dia 18 a Marcha das Vadias. O objetivo é promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres e combater a violência sexual. A manifestação ocorrerá a partir das 12h, na praça em frente ao Conjunto Nacional. O objetivo é percorrer a Rodoviária, a Torre de TV e seguir até o Parque da Cidade, e encontrar a Marcha pela Liberdade.

A ideia de realizar a passeata surgiu no Canadá (veja Para saber mais) e ganhou adeptos no mundo inteiro por meio das redes sociais. No Brasil não foi diferente. Uma das organizadoras, a antropóloga Júlia Zamboni, 28 anos, moradora da Asa Norte, divulgou a iniciativa brasiliense pela internet e, até agora, mais de 1,4 mil pessoas confirmaram a presença na marcha. “O movimento é autônomo e horizontal. Quem quiser pode participar, ajudar na organização”, explicou. “Notamos que havia esse desejo latente de fazer uma manifestação pelos direitos das mulheres”, afirmou outra organizadora, a socióloga Stéfane Silva, 24, moradora do Guará.

A intenção, ao usar o termo “vadia” — também empregado nas outras manifestações —, segundo Júlia, é torná-lo positivo e passar para a sociedade que a mulher tem a liberdade de ser e vestir-se como e com o que quiser. Para ela, a roupa curta ou decotada não define quem a pessoa é. “O nome tem um caráter lúdico, mas é para chocar também. Queremos mostrar que a mulher é livre”, afirmou a engenheira agrônoma Lia Padilha, 27 anos, moradora do Lago Norte. Segundo as meninas, casos como o trote do curso de agronomia da Universidade de Brasília (UnB), no qual as calouras tiveram que lamber uma linguiça lambuzada com leite condensado, motivaram a idealização do movimento em Brasília.

A coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade de Brasília (UnB), Lourdes Bandeira, aprova a iniciativa das meninas. Para ela, a sociedade não pode, culturalmente, impor às mulheres nenhum tipo de vestimenta. “A sociedade brasileira é profundamente sexista. Ela exige um padrão de comportamento que extingue a liberdade do outro. Mas os padrões, os fatores sociais e econômicos, não podem ser imperativos”. Segundo a professora, qualquer forma impositiva de controle de definição de vestimentas para as mulheres é uma violência simbólica.

Fonte: correiobraziliense.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário