Na contramão de outras regiões de baixa renda onde as mulheres têm aparecido como donas do posto de chefes dos lares a uma proporção média de 30%, no Itapoã elas respondem pelo sustento de apenas um quarto das casas. Os 75% restantes estão a cargo dos homens, que somam 49% da população da região administrativa.
É o maior percentual entre as 15 cidades visitadas do fim do ano passado para cá pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan), que está realizando a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). Outras informações constantes no estudo revelam indicadores sociais ruins e a necessidade de atenção do poder público.
O Itapoã detém a segunda colocação no ranking das cidades com os mais baixos rendimentos do Distrito Federal. No topo, está a Vila Estrutural, com renda per capita de R$ 352. A Pdad revelou que o ganho domiciliar médio é de R$ 1.356, e o individual de R$ 387, ou seja, menos de um salário mínimo (R$ 545). O resultado é uma grande procura por benefícios governamentais. Os programas Bolsa Família e o Bolsa Escola têm a adesão, respectivamente, de 24,1% e 8,7% dos habitantes. A escolaridade também é baixa. Metade da população, 49,9%, não chegou a completar o ensino fundamental. Somente 0,4% têm ensino superior e 3,1% são analfabetos.
Intrinsecamente ligadas, as deficiências de renda e educação abrem margem para um terceiro problema: o da criminalidade. Ele incomoda pessoas como o comerciante Onerci José da Silva Filho, 32 anos. Por meio de seu negócio, uma padaria, Onerci supre as necessidades de uma família de quatro pessoas: ele, a esposa e três filhos. As crianças estudam no Paranoá, já que as escolas do Itapoã — somente três, de ensino fundamental — são insuficientes para a demanda local. Mas, para o comerciante, o maior problema é mesmo a falta de segurança. “Há uma semana, a loja do vizinho foi assaltada. O dono de um comércio de material de construção em frente também quase foi sequestrado”, conta.
Gente jovem
Pela pouca idade, Onerci encaixa-se no perfil traçado pela Pdad segundo o qual o Itapoã é uma cidade de gente jovem. A maior parte dos habitantes — 27,3% —tem de 25 a 39 anos.
A proporção de moradores de até 14 anos (33,8%) supera a média geral do DF, que é 25,5%. Em contrapartida, os idosos são somente 4,4% dos moradores, média inferior à de 7,4% registrada para o DF. “É um local de ocupação recente. Tornou-se região administrativa somente em janeiro de 2005”, justifica o diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya.
Assim, pessoas da faixa etária da dona de casa Ergínia Maria da Trindade, 56 anos, são minoria. Ergínia mudou-se para o Itapoã há cinco anos, pouco após a antiga invasão ser oficializada como cidade. Ela veio de Planaltina, atraída pela oportunidade de sair do aluguel para a casa própria. Mas, como a maior parte dos moradores, não possui a escritura do lote onde mora.
O levantamento da Codeplan apontou que 70,1% dos domicílios situam-se em assentamentos ou invasões e 15,1% são alugados. Ergínia não sabe ler nem escrever. Para ela, os maiores problemas do Itapoã são a violência e as drogas. “A gente vê jovens fumando crack. Tinha que arrumar emprego para eles, cursos”, opina.
O administrador regional do Itapoã, Jesiel Miguel Silva, reconhece que a insegurança é um problema. “O efetivo policial é pequeno”, diz. Silva garante que há recursos previstos para construção do 22° Batalhão de Polícia Militar, que deve atender Paranoá e Itapoã. Quanto à questão dos lotes irregulares, o administrador lembra que o Itapoã foi erguido sobre terras da União, da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e de particulares. De acordo com ele, devido à baixa renda, a população deve ser contemplada com certificado de propriedade, mas o processo está parado.
Origem
O Itapoã nasceu de uma invasão iniciada no fim da década de 1990. Entretanto, foi no ano de 2001 que ocorreu um boom populacional na área, com a chegada de famílias principalmente oriundas do Paranoá, a alguns metros de distância. A expectativa de regularização estimulou o crescimento da região.
Eu acho...
"A segurança merece nota zero. É assalto, é droga, é tudo. A Polícia Militar não vigia o interior das quadras, a viatura passa uma vez por dia na avenida principal. Precisa também fazer a nivelação das calçadas para pedestre. De bom, tem a infraestrutura. Quando chegamos, era só terra."
Edmilson de Oliveira Araújo, 39 anos, comerciante
"Eu acho que deveria ter espaço para pedestre. As calçadas são desniveladas e obstruídas por um monte de coisas. É muito perigoso, a gente fica andando com criança no meio da rua. Também tem pouca escola e não há lugares para passearmos com eles, como pracinhas e parquinhos."
Carina de Aguiar Fonseca, 25 anos, dona de casa
É o maior percentual entre as 15 cidades visitadas do fim do ano passado para cá pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan), que está realizando a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). Outras informações constantes no estudo revelam indicadores sociais ruins e a necessidade de atenção do poder público.
O Itapoã detém a segunda colocação no ranking das cidades com os mais baixos rendimentos do Distrito Federal. No topo, está a Vila Estrutural, com renda per capita de R$ 352. A Pdad revelou que o ganho domiciliar médio é de R$ 1.356, e o individual de R$ 387, ou seja, menos de um salário mínimo (R$ 545). O resultado é uma grande procura por benefícios governamentais. Os programas Bolsa Família e o Bolsa Escola têm a adesão, respectivamente, de 24,1% e 8,7% dos habitantes. A escolaridade também é baixa. Metade da população, 49,9%, não chegou a completar o ensino fundamental. Somente 0,4% têm ensino superior e 3,1% são analfabetos.
Intrinsecamente ligadas, as deficiências de renda e educação abrem margem para um terceiro problema: o da criminalidade. Ele incomoda pessoas como o comerciante Onerci José da Silva Filho, 32 anos. Por meio de seu negócio, uma padaria, Onerci supre as necessidades de uma família de quatro pessoas: ele, a esposa e três filhos. As crianças estudam no Paranoá, já que as escolas do Itapoã — somente três, de ensino fundamental — são insuficientes para a demanda local. Mas, para o comerciante, o maior problema é mesmo a falta de segurança. “Há uma semana, a loja do vizinho foi assaltada. O dono de um comércio de material de construção em frente também quase foi sequestrado”, conta.
Gente jovem
Pela pouca idade, Onerci encaixa-se no perfil traçado pela Pdad segundo o qual o Itapoã é uma cidade de gente jovem. A maior parte dos habitantes — 27,3% —tem de 25 a 39 anos.
A proporção de moradores de até 14 anos (33,8%) supera a média geral do DF, que é 25,5%. Em contrapartida, os idosos são somente 4,4% dos moradores, média inferior à de 7,4% registrada para o DF. “É um local de ocupação recente. Tornou-se região administrativa somente em janeiro de 2005”, justifica o diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya.
Assim, pessoas da faixa etária da dona de casa Ergínia Maria da Trindade, 56 anos, são minoria. Ergínia mudou-se para o Itapoã há cinco anos, pouco após a antiga invasão ser oficializada como cidade. Ela veio de Planaltina, atraída pela oportunidade de sair do aluguel para a casa própria. Mas, como a maior parte dos moradores, não possui a escritura do lote onde mora.
O levantamento da Codeplan apontou que 70,1% dos domicílios situam-se em assentamentos ou invasões e 15,1% são alugados. Ergínia não sabe ler nem escrever. Para ela, os maiores problemas do Itapoã são a violência e as drogas. “A gente vê jovens fumando crack. Tinha que arrumar emprego para eles, cursos”, opina.
O administrador regional do Itapoã, Jesiel Miguel Silva, reconhece que a insegurança é um problema. “O efetivo policial é pequeno”, diz. Silva garante que há recursos previstos para construção do 22° Batalhão de Polícia Militar, que deve atender Paranoá e Itapoã. Quanto à questão dos lotes irregulares, o administrador lembra que o Itapoã foi erguido sobre terras da União, da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e de particulares. De acordo com ele, devido à baixa renda, a população deve ser contemplada com certificado de propriedade, mas o processo está parado.
Origem
O Itapoã nasceu de uma invasão iniciada no fim da década de 1990. Entretanto, foi no ano de 2001 que ocorreu um boom populacional na área, com a chegada de famílias principalmente oriundas do Paranoá, a alguns metros de distância. A expectativa de regularização estimulou o crescimento da região.
Eu acho...
"A segurança merece nota zero. É assalto, é droga, é tudo. A Polícia Militar não vigia o interior das quadras, a viatura passa uma vez por dia na avenida principal. Precisa também fazer a nivelação das calçadas para pedestre. De bom, tem a infraestrutura. Quando chegamos, era só terra."
Edmilson de Oliveira Araújo, 39 anos, comerciante
"Eu acho que deveria ter espaço para pedestre. As calçadas são desniveladas e obstruídas por um monte de coisas. É muito perigoso, a gente fica andando com criança no meio da rua. Também tem pouca escola e não há lugares para passearmos com eles, como pracinhas e parquinhos."
Carina de Aguiar Fonseca, 25 anos, dona de casa
Fonte: correiobraziliense.com
Itapoã realmente tem muitos problemas. Acho que o GDF deveria seguir o exemplo da quadra 500 e investir em ciclovias para a população
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