

O levantamento também indica que, das 35 mortes registradas entre 2006 e 2010, 25 ocorreram porque apenas o primeiro veículo parou durante a travessia. Assim, as vítimas acabaram atingidas pelo segundo condutor, que seguia pela pista ao lado — em um dos casos, a ultrapassagem foi feita pelo acostamento.
Outro dado preocupante apontado pelo estudo é o envolvimento de motos em acidentes com morte em faixas de segurança (veja arte). De 1997 a 2007, foram registrados seis atropelamentos. Esse número subiu para 14 entre 2008 e 2010, um crescimento de 133%. Só no ano passado, quatro dos sete acidentes fatais no local correto de travessia foram causados por motos.
O diretor de Educação de Trânsito do Detran, Marcelo Granja, explicou que o novo modelo de faixa desenvolvido por técnicos do Detran, da Polícia Militar, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e por peritos de trânsito da Polícia Civil pode ser a solução para grande parte dos acidentes. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) autorizou a pintura de seis delas para testar a eficácia. Os resultados serão avaliados por um ano e, se forem positivos, elas serão adotadas em todo o país. “Uma faixa em zigue-zague foi instalada no novo dispositivo para chamar atenção do condutor. Ele vai notar que entrou em uma área irregular e que reduziu o espaço de circulação. Esse mecanismo, observado inclusive na Inglaterra, também possui tachões para impedir o tráfego de motociclistas nos corredores”, detalhou.
Idosos
Os idosos devem ter a atenção redobrada ao usar o equipamento de segurança. Das 77 pessoas mortas por atropelamento sobre as listras brancas entre 1997 e 2010, 34 tinham mais de 60 anos. No ano passado, três das sete vítimas eram idosas. O aposentado Brasil Andrade Martins, 79 anos, não se sente seguro ao atravessar a pista na faixa. Morador da QSA 11, em Taguatinga, Martins reclamou que as listras brancas na porta de casa, rente à Avenida Comercial Sul, estão apagadas e não existe sinalização adequada no local. “A placa que tinha foi retirada há mais de um ano. Do outro lado, fica escondida em um poste, e os carros estacionados atrapalham a visão. O pior de tudo são os motoristas que não param quando uma pessoa faz o sinal, ou aceleram o carro quando o cidadão está no meio da faixa. É uma vergonha”, comentou.
Marcelo Granja afirmou que, com esses dados, campanhas específicas para pessoas com mais de 65 anos serão criadas para diminuir a quantidade de acidentes. “A comunidade está envelhecendo, e os mais velhos têm o hábito de andar a pé pelas quadras. Começaremos um curso tanto na sede do Detran como nas regiões administrativas para associações de idosos”, disse.
Por Antonio Temóteo
Imagens: www.correiobraziliense.com.br
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