A cidade de Sobradinho, uma das mais antigas do Distrito Federal, é dona da quarta maior renda entre as 20 regiões administrativas estudadas este ano pela Companhia de Desenvolvimento do DF (Codeplan), que está atualizando os dados socioeconômicos por meio da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). Com ganho domiciliar médio mensal de R$ 4.891, o equivalente a nove salários mínimos, a área só fica atrás de Águas Claras, Guará e Vicente Pires. O ranking dos rendimentos mais elevados deve ser alterado quando o levantamento chegar a regiões administrativas como Lago Sul e Brasília, mas, ainda assim, o dado surpreende positivamente. Além de bem remunerada, a população tem grau de instrução elevado: 15,2% dos moradores possui ensino superior completo.
As informações levantadas pela Pdad mostram uma Sobradinho de duas faces. Trata-se de uma área cuja população usufrui de boa qualidade de vida e começa a envelhecer. A proporção de idosos da cidade é 17,2%, mais do que a média do DF, de 7,4%. Um total de 40,7% dos chefes de família são aposentados ou pensionistas. A aposta é que a renda elevada advém principalmente do serviço público, uma vez que ele emprega 27,3% dos habitantes. Uma quantidade significativa de moradores — 44% — trabalha na própria região de moradia, o que é considerado um indício de desenvolvimento.
Maria de Fátima vive em um condomínio, onde só existe fossa sanitária, e ela reclama: "A gente tem que pagar para vir alguém e esvaziar" |
Fossas
O outro lado da moeda está principalmente nos condomínios que circundam a cidade, ainda carentes de regularização. Neles, faltam serviços como iluminação, asfaltamento e abastecimento de água. O principal problema é a ausência de rede de esgoto. Em locais como Alto da Boa Vista e Nova Colina, famílias utilizam fossas sépticas. Em razão dessas deficiências, os indicadores relativos à infraestrutura de Sobradinho ficaram abaixo dos registrados para outras regiões administrativas, apesar de superiores a 90%. A cobertura de esgoto, por exemplo, chega a 92%.
Ter de usar a fossa torna mais difícil a rotina de pessoas como a empregada doméstica Maria de Fátima Silva, 38 anos, que vive há quatro em uma casa alugada no condomínio Nova Colina. “É um sofrimento. A gente tem que pagar para vir alguém e esvaziar. Todo dia tem que jogar a água usada para lavar roupa na rua”, conta.
Moradora da região central de Sobradinho há 20 anos, a bancária aposentada Zilnete de Fátima Caldeira Pedroso, 59 anos, experimenta uma realidade diferente. Na opinião dela, a região administrativa é um ótimo lugar para se morar. “A gente encontra tudo que precisa, só falta um pouco de diversão. Tenho queixa somente quanto à segurança e à saúde”, comenta.
Zilnete relata que acontecem muitos roubos e furtos. Ela afirma também que o Hospital Regional de Sobradinho (HRS) não atende às necessidades da população. “Eu tenho plano de saúde, mas a empregada lá de casa sofre”, pondera. A aposentada tem curso superior na área de orientação educacional. Hoje, seus três filhos adultos frequentam a faculdade.
Crescimento
Graças aos loteamentos irregulares que circundam Sobradinho, a cidade, apesar de antiga, cresce anualmente 4,9%, o que representa mais do que o dobro da taxa de crescimento do DF, atualmente em 2,3%. Na pesquisa divulgada ontem não foi levada em conta a área de Sobradinho 2 — que deve ser alvo de levantamento no futuro — nem os condomínios próximos a ela.
“Ao mesmo tempo em que se trata de uma cidade consolidada e definida, uma população nova está chegando a essa região administrativa”, afirmou Ivelise Longhi, presidente da Codeplan. Para ela, as principais políticas públicas em Sobradinho devem se concentrar na resolução das questões fundiárias e dos problemas de infraestrutura.
Carlos Nascimento, assessor de gabinete da Administração Regional de Sobradinho, diz que a questão do esgotamento sanitário e outros serviços dependem diretamente da regularização dos lotes. “Está sendo apressado com a Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do DF), mas há limitadores que envolvem a propriedade das áreas”, declarou.
POLIGONAIS PROVISÓRIAS
Para determinar a população de cidades cuja história é marcada por migrações e loteamentos, ou que tiveram expansões — caso de Sobradinho, Itapoã, Riacho Fundo, Riacho Fundo II e outras —, a Codeplan está trabalhando com poligonais traçadas provisoriamente para fins de pesquisa. Os limites oficiais das regiões administrativas passarão a valer com o novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), que está parado na Câmara Legislativa do DF. De acordo com Júlio Miragaya, diretor de Gestão de Informações da Codeplan, os resultados obtidos até agora via Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) não serão prejudicados pela alteração das fronteiras territoriais. “É possível reajustar esses números para a divulgação final da Pdad”, disse. Até o fim deste ano, a intenção é que as 30 regiões administrativas do DF tenham sido analisadas.
Ter de usar a fossa torna mais difícil a rotina de pessoas como a empregada doméstica Maria de Fátima Silva, 38 anos, que vive há quatro em uma casa alugada no condomínio Nova Colina. “É um sofrimento. A gente tem que pagar para vir alguém e esvaziar. Todo dia tem que jogar a água usada para lavar roupa na rua”, conta.
Moradora da região central de Sobradinho há 20 anos, a bancária aposentada Zilnete de Fátima Caldeira Pedroso, 59 anos, experimenta uma realidade diferente. Na opinião dela, a região administrativa é um ótimo lugar para se morar. “A gente encontra tudo que precisa, só falta um pouco de diversão. Tenho queixa somente quanto à segurança e à saúde”, comenta.
Zilnete relata que acontecem muitos roubos e furtos. Ela afirma também que o Hospital Regional de Sobradinho (HRS) não atende às necessidades da população. “Eu tenho plano de saúde, mas a empregada lá de casa sofre”, pondera. A aposentada tem curso superior na área de orientação educacional. Hoje, seus três filhos adultos frequentam a faculdade.
Crescimento
Graças aos loteamentos irregulares que circundam Sobradinho, a cidade, apesar de antiga, cresce anualmente 4,9%, o que representa mais do que o dobro da taxa de crescimento do DF, atualmente em 2,3%. Na pesquisa divulgada ontem não foi levada em conta a área de Sobradinho 2 — que deve ser alvo de levantamento no futuro — nem os condomínios próximos a ela.
“Ao mesmo tempo em que se trata de uma cidade consolidada e definida, uma população nova está chegando a essa região administrativa”, afirmou Ivelise Longhi, presidente da Codeplan. Para ela, as principais políticas públicas em Sobradinho devem se concentrar na resolução das questões fundiárias e dos problemas de infraestrutura.
Carlos Nascimento, assessor de gabinete da Administração Regional de Sobradinho, diz que a questão do esgotamento sanitário e outros serviços dependem diretamente da regularização dos lotes. “Está sendo apressado com a Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do DF), mas há limitadores que envolvem a propriedade das áreas”, declarou.
POLIGONAIS PROVISÓRIAS
Para determinar a população de cidades cuja história é marcada por migrações e loteamentos, ou que tiveram expansões — caso de Sobradinho, Itapoã, Riacho Fundo, Riacho Fundo II e outras —, a Codeplan está trabalhando com poligonais traçadas provisoriamente para fins de pesquisa. Os limites oficiais das regiões administrativas passarão a valer com o novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), que está parado na Câmara Legislativa do DF. De acordo com Júlio Miragaya, diretor de Gestão de Informações da Codeplan, os resultados obtidos até agora via Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) não serão prejudicados pela alteração das fronteiras territoriais. “É possível reajustar esses números para a divulgação final da Pdad”, disse. Até o fim deste ano, a intenção é que as 30 regiões administrativas do DF tenham sido analisadas.
Fonte:correiobraziliense.com
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